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ENTREVISTA COM MICHAEL WEIKATH
- ENTREVISTADOR: HÉRON
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TRADUTORA: ALYNE COUTO
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ANO: 2010
Helloween Brasil.: Olá Weiki!
Weiki.: Olá
Helloween Brasil.: Antes de tudo, eu gostaria de parabenizá-lo pelos 25 anos do Helloween e também agradecer por ter aceitado dar essa entrevista ao Sole Survivor, o site brasileiro do Helloween. Então, como você se sente por estar tocando há 25 anos na banda? Você deve ter boas lembranças, e más também.
Weiki.: Bom, a melhor coisa é estarmos juntos mesmo depois de tanto tempo, e nós lançamos vários álbuns, tivemos muitas críticas, mas é ótimo estar aqui.
Não chamamos o agora de “O Grande Momento” por conta dos 25 anos. A sensação é a mesma que há de cinco anos atrás. Estivemos muito ocupados, tivemos muito que fazer arranjos, enfim... Não queríamos apenas lançar mais uma coletânea. Na verdade, o caminho seguro para nós é continuar fazendo o mesmo de sempre. As pessoas sabem aquilo que soa melhor. É ótimo saber que várias pessoas, no Brasil particularmente, vieram a nós, nos aceitaram. Ir ai (ao Brasil) uma surpresa. Toda aquela loucura e apoio vindo dos fãs brasileiros, com certeza, foi um choque, algo novo.
Helloween Brasil.: Agora, sobre o novo álbum, “Unarmed”, não restam mais opiniões, pois alguns fãs simplesmente amaram as novas versões das músicas enquanto outros fãs (die-hards) simplesmente as odiaram. Você esperava esse tipo de reação dos fãs?
Weiki.: Bom, quando os empresários tiveram a ideia nós estávamos no final da turnê. Não tiramos uma folga há, simplesmente, 15 anos. Nós realmente queríamos descansar e não é algo comum entrar em estúdio tão rápido. Apesar de ter sido algo diferente, nós gostamos de fazer, ao invés de simplesmente lançar outra coletânea. Então alguém deu a idéia das versões acústicas. Eu gostaria de algo desconhecido ou clássico. Clássicos são legais ?????
Bem, eu não saberia como tocar. Guitarras ou orquestral? O Metallica já tinha feito esse tipo de coisa antes. Eles gravaram com a orquestra sinfônica e usaram guitarras. Agora, se eu gosto de audiência? Isso é algo mais pro Pop e pra Música Eletrônica. Metade irá amar, enquanto que a outra metade irá odiar...
Helloween Brasil.: Você se divertiu muito fazendo essas performances acústicas...
Weiki.: Rolou muito stress também. Foi divertido porque o pessoal foi ótimo. Na verdade, nós estávamos preocupados quanto a isso. Tínhamos novas músicas e gravações e tivemos a idéia de fazer tudo aquilo. Nós tivemos boas idéias quanto ao marketing, às pessoas, tudo, mas também não queríamos nos desapontar. Houve uma divisão entre o pessoal do Marketing, eles não entenderam muito bem a idéia, mas falamos pra que não se preocupassem, porque nós gostamos, os fãs iriam ouvir, algo aconteceria. Depois de tudo ficamos muito felizes, porém tivemos muito trabalho…
Helloween Brasil.: No Making Off do DVD de Unarmed você e o Deris comentaram que a escolha das músicas foram baseadas nos maiores hits da banda. Quem participou da seleção do tracklist e por que Falling To Pieces foi escolhida?
Nesse momento Weiki cita o “Gambling With the Devil”, e informa que escutaram mais as músicas dos CDs com piano e teclado. Eles selecionaram as músicas de acordo com o arranjo e com a progressão da banda. E sim, eles escolheram a Falling into Pieces, pois tocaram a música durante um final de semana, eles não tinham certeza sobre qual iam gravar, mas ele teve a ideia de gravar esta música. O pessoal falou que não, mas ele gostava da música. Sugeriram a If I Could Fly, mas ele achou que Falling into Pieces seria uma escolha diferente e interessante. Ele teve a ideia de tocar essa música com orquestra. Eles tinham muito a fazer, uma lista de coisas, o que envolveu muito a banda com os arranjos.
Weiki.: Os outros membros deram várias ideias, tiveram muita comunicação e no final deram o aval para fazer a gravação. Depois incluíram saxofone, melodias, outros sons (Weiki começa a fazer uns “tananananan” informando como eles queriam gravar a música).
Helloween Brasil.: Agora, novamente sobre o “Unarmed”, porque o grande atraso em encontrar uma data de lançamento? E porque tanto tempo entre o lançamento do álbum no Japão, Europa e Américas?
Weiki.: Na verdade não há um entendimento, ninguém consegue entender bem os custos. No Japão os CDs custam por 34, 35 dólares. Nos EUA eles também compram CDs, mas no Japão normalmente eles compram os CDs por 36 dólares. Na Europa eu não sei direito, mas é algo como 42 dólares. Tudo no Japão é um pouco mais caro sobre o resto do mundo. É difícil para nós comprar lá também, pois é tudo muito caro.
Helloween Brasil.: Eu tive de pagar um pouco mais para comprar a edição japonesa
Weiki.: Isto é um fato. Tanto os singles quanto os CDs normais, principalmente se forem duplos e com um DVD são muito caros. São pacotes mais agradáveis. Os japoneses também solicitam bônus tracks, o que deixa mais interessante para os fãs japoneses, porém temos que pagar mais por isso, para ficar mais interessante. Há papel especial, bônus tracks, bootlegs, boxes. E os fãs gostam mais das edições especiais.
Helloween Brasil.: O que se sabe é que esse ano a banda pretende lançar um novo álbum, você mesmo disse isso. Em outra entrevista Markus disse que talvez seja lançado em outubro. Você confirma isso? Quando se inicia o processo de gravação?
Weiki.: Talvez fique pronto em abril. Porém ainda vai faltar a mixagem, orquestra, mais ou menos em novembro. Há muitas coisas para pensar. Há muito projetos com a abóbora que ficaram perdidos. Não tenho certeza, porém acho que o gerente tem os temas. Há um sentimento pessoal em cada música, algo para identificar. Isso deixa as coisas mais complicadas. Talvez incluam algo extra, não será apenas uma abóbora. Mas espero que a abóbora apareça.
Helloween Brasil.: Qual sua opinião sobre bootlegs?
Weiki.: Eu não sei... Não há muito que se possa fazer sobre isso. Você sabe que acaba se tornando algo bom. É algo mais para os fãs, que eles possam apreciar. As pessoas podem guardar em cd, comprá-los ou guardar em DVD. Mas não fazemos dinheiro com isso, mas se os fãs gostam está ótimo. Alguma coisa com Madonna, Mariah Carey e Michael Jackson, hehe... Há muitas ideias, mas também geram muito stress, então só gravamos mesmo o principal. Às vezes fico com medo de não gravar certas coisas, mas tem alguns fãs que gravam e guardam para si mesmos.
Helloween Brasil.: Todos sabem a grande afeição que você e a banda têm pelos fãs brasileiros e pelo próprio Brasil. Bom, essa é sua chance de dizer o que você quiser e deixar uma mensagem a todos (fãs brasileiros).
Weiki.: Sim, sempre é algo especial. Quando as pessoas perguntam qual é o melhor lugar do mundo para tocar, temos que mostrar ao resto do mundo o que é tocar em São Paulo por exemplo. Isto é um grande fato, nós recebemos várias críticas, há muitas pessoas que não gostam, ou dizem algo não construtivo, falam que o show é pior que o do Metallica ou qualquer coisa do gênero.
Por causa dos fãs brasileiros agora temos uma vida melhor, porque eles mostram ao mundo o que está acontecendo e temos várias reações especiais no Brasil. Você vê a beleza nessas pessoas. É com certeza o melhor público que poderíamos ter e isso nos faz fortes, é bom porque é algo positivo sobre o que fazemos. Os fãs apreciam. Os brasileiros são realmente especiais.
Helloween Brasil.: Bom, Weiki, muito obrigado!
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